terça-feira, 13 de julho de 2010

Adolescentes: afinal, quem são os “aborrecentes”? Roseli Santos de Oliveira


Segundo pesquisas, o conceito Adolescência está relacionado a questão do jovem como “problema” há muito tempo. Frases como: -“Os filhos de hoje já não respeitam mais os pais”, nos são familiares. Do ponto de vista do mundo adulto, o adolescente é um ser em desenvolvimento e em conflito. Este se origina nas mudanças corporais, fatores pessoais e conflitos familiares. O adolescente é considerado “maduro” quando se adapta à estrutura da sociedade, ou seja, quando se torna mais uma “engrenagem do sistema”.

Muitos dos manuais que se dirigem a adolescentes encaram esta fase dessa maneira para não “quebrar” o tradicionalismo e os ensinam a comportar-se de acordo com o que a sociedade espera deles. Porque as mudanças, que podem surgir com os questionamentos e conflitos que explodem no adolescente, é uma ameaça para a sociedade tradicional. Significa “perigo”. Diante de um perigo torna-se mais simples enclausurar as ameaças desta fase, aplicando-se um rótulo de “crise normal” para fazê-los adaptar-se às regras, isto continuará preservando a sociedade. A adolescência é uma fase de mudanças. É a passagem de uma atitude de mero espectador para atitude ativa, questionadora, geradora de revisão e conseqüente transformação. Numa sociedade acomodada e tradicional, mudanças são ameaças e isto assusta, então mais fácil o comodismo.

Afinal, a maioria dos adultos não gosta de ser questionado, muito menos de mudar seus valores, princípios e padrões de comportamento.
O adolescente é questionador por natureza. Todo adulto já passou pela fase da adolescência, e talvez possa lembrar-se como fora frustrante ser incompreendido.
Para entender um adolescente é preciso olhá-lo de um ponto de vista bem mais amplo que o tradicional. “Aborrecentes” é um termo conhecido e utilizado por muitos adultos referindo-se aos adolescentes. Quem merece este termo? Quem aborrece quem? Os jovens aos adultos? Ou vice-versa? Já é hora de muitos adultos limitados e acomodados (verdadeiros “aborrecentes”) começarem a questionar-se, aceitar e aprender com essa fase de transformação do jovens ao invés de aborrecer-se. Agir como o habitual é mais confortável e cômodo, porém, sair do tradicionalismo faz bem, aprende-se muito mais e traz soluções. Começar a ouvir os jovens adolescentes e aceitá-los amenizará os conflitos e criará empatia, isto favorecerá o relacionamento.
O diálogo e a compreensão é o meio mais inteligente para educar e encontrar soluções. Aprendemos muito mais ouvindo do que falando.

Faz-se necessário questionar quem são os aborrecentes. Jovens em fase de adolescência ficam constantemente aborrecidos com as limitações impostas por adultos e podem sentir revolta. Limites são muito importantes e devem ser colocados, todavia, os meios pelos quais serão colocados podem ser inúmeros, e não precisam ser limitantes nem “aborrecentes”. Os adolescentes costumam ser dóceis, amáveis e muito flexíveis quando conseguem um diálogo onde são compreendidos. Isto além de criar um ambiente de confiança e amizade ajuda na busca de soluções com maior rapidez e eficiência.
Lembre-se: Diálogo é sempre o caminho mais inteligente!

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